sábado, 7 de novembro de 2009

ESCULTOR


És um implacável escultor

tratando-me como pedra bruta...

Não tens sensibilidade em lapidar

vendo o meu sofrer, o meu pesar,

esculpes em meu corpo a minha dor!


Teu cinzel é como um bisturi,

rasgando a carne de minha frágil alma...

Te rogo, tenha calma!

Não estragues depressa o que a natureza,

com sua amável sutileza,

me presenteou com beleza.


Por dentro e por fora,

esculpes cono carrasco!

Transformas a teu bel prazer

as células em rugas...

Nem minhas lágrimas enxugas,

enquanto burilas sem piedade!


Ah, Tempo, escultor da infelicidade...

Não sentes que sou mulher

e que minha vaidade

necessita de carinho?

Preciso ser tratada como jóia,

nesse árduo caminho,

onde piso ora em pétalas,

ora em espinhos...

E tu, me feres ainda mais!


Stella Vives

07/09/2009

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